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  • Foto do escritorDr. Edson Salvador

CRIPTORQUIDIA OU TESTÍCULO FORA DA BOLSA

Os testículos já começam a se formar na 4a semana de gestação do bebê, na região intra-abdominal, próximo aos rins. Por volta do 7o mês de gravidez iniciam o processo de descida para a bolsa escrotal. Existe um complexo mecanismo genético e bioquímico que guia o testículo até a bolsa, onde ele permanecerá definitivamente.


Por vezes, ao nascimento, esta descida não está completa. O médico pediatra deve examinar mensalmente a bolsa escrotal do recém nascido para verificar a presença dos testículos. Geralmente, aguardamos até o 6o mês de vida do bebê para que o testículo desça até a sua posição final.

Após o 6º mês de vida o testículo não descerá espontaneamente para a bolsa, sendo necessária cirurgia para adequação. Quanto mais precoce realizada a cirurgia, maiores as chances de não haverem danos ao testículo que não desceu.


Quando operado tardiamente os danos aos espermatozoides podem ser irreversíveis, comprometendo a paternidade do paciente no futuro. Algumas evidências científicas mostram que o testículo fora da bolsa possui uma chance aumentada de futuramente desenvolver câncer de testículo, ainda que operado de maneira adequada. Daí a importância do “auto exame do testículo na adolescência”.


A cirurgia consiste em uma abertura na região inguinal, identificação do testículo, e colocação do mesmo na bolsa, através de uma segunda incisão cirúrgica.


Por vezes o testículo encontra-se na região intra abdominal, sendo necessário cirurgia videolaparoscópica para liberá-lo e colocá-lo na bolsa.


Eventualmente, especialmente em casos operados mais tardiamente, o testículo que se encontra fora da bolsa pode atrofiar. Em outros casos, os vasos sanguíneos que nutrem o testículo podem não ser suficientemente longos para alcançar a bolsa escrotal. Nestes casos, o testículo deve ser removido. Esta decisão é tomada durante o ato cirúrgico, e deve ser entendida pelos pais durante a consulta como uma decisão do cirurgião intra operatória.


Figura 1 - Aspecto final da cirurgia de orquidopexia (observe duas incisões cirurgicas: uma na região inguinal e outra na bolsa)


O testículo retrátil é o “testículo que não permanece na bolsa escrotal após sua colocação”. Geralmente os pais observam que o testículo “fica mais tempo fora da bolsa do que na bolsa durante um dia normal”. Esta criança deve ser acompanhada por médico urologista especializado, para que os casos sejam individualizados e a decisão pelo tratamento cirúrgico ou acompanhamento clínico seja tomada.

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